Os Lutadores: dezembro 2011

Intervenção Precoce

O Agrupamento Vertical de Lamego foi, neste presente ano lectivo, escolhido pelo Ministério da Educação para ser o Agrupamento de referência da Intervenção Precoce na Infância.

A Intervenção Precoce na Infância ainda é um serviço desconhecido para a maioria da população em geral. Daí considerar importante dá-lo a conhecer a toda a comunidade educativa deste Agrupamento já que é tão importante e fundamental para crianças e suas famílias.

A Intervenção Precoce consiste na prestação de serviços educativos, terapêuticos e sociais a crianças com idades compreendidas entre os 0 e 6 anos, com o objectivo de minimizar algumas lacunas existentes no seu desenvolvimento. Podemos concluir que tem como principal missão garantir condições de desenvolvimento das crianças com dificuldades ou limitações e apoiar e orientar as suas famílias.

Com o aparecimento deste serviço na região foi importantíssima a criação de uma Equipa Local de Intervenção (ELI), onde estão representados os três Ministérios envolvidos (Saúde, Educação, do Trabalho e da Segurança Social). Esta equipa apresenta um modelo transdisciplinar com o objectivo de desenvolver um trabalho de parceria com as famílias e os vários intervenientes.

É de salientar que na Intervenção Precoce os profissionais e a família desenvolvem um plano de serviços baseado nas preocupações, prioridades e recursos da família. Um elemento da equipa ELI (o que melhor se enquadra na problemática), fica responsável pela implementação do plano com a família.

Regularmente a equipa reúne para partilhar informações relevantes, encontrar estratégias adequadas e fazer transferência de conhecimentos e competências.

CONSTITUIÇÃO DA ELI DE LAMEGO

- 3 Educadoras de Infância

- 1 Médico

- 1 Enfermeira

- 3 Técnicas sociais

- 2 Psicólogas

- Coordenadora

Os Objectivos Gerais da Intervenção Precoce são:

*Contribuir para a promoção de competências, quer das crianças, quer das famílias, bem como a sua inclusão nos vários contextos da sociedade.

*Potenciar a melhoria das interacções familiares, promovendo a participação activa e positiva da família no processo de intervenção

* Reforçar as competências familiares, promovendo o envolvimento efectivo desta na vida da criança esclarecendo dúvidas, dando informações acerca das problemáticas, minimizando as angústias, valorizando as atitudes e permitindo-lhes saber lidar com a problemática da criança com Necessidades Educativas Especiais;

* Promover as capacidades das crianças nas várias áreas e domínios: estimulação do bebé; estimulação sensorial; comunicação e linguagem; cognição; socialização; desenvolvimento psicomotor e autonomia.

COMPETÊNCIAS DOS INTERVENIENTES

Aos docentes / técnicos adstritos ao projecto compete:

1. Assegurar o atendimento precoce ao nível psicopedagógico, reabilitativo e social a crianças com NEE ou em risco e suas famílias;

2. Assegurar o apoio às crianças no próprio domicílio desde que este reúna as condições mínimas de saúde, higiene, segurança e recursos materiais;

3. Em articulação com os serviços de saúde, educação e serviço social locais, contribuir para o despiste de novos casos que possam integrar o programa de Intervenção Precoce;

4. Elaborar um “Plano Individual de Intervenção Precoce” (PIIP) a cada criança apoiada e respectiva avaliação;

5. Promover a participação activa das famílias na elaboração, execução e avaliação de um “Plano de Intervenção de Apoio à Família” (PIAF), tendo sempre em conta as decisões e prioridades da família;

6. Colaborar com os serviços técnicos em matéria de carácter psicopedagógico (como avaliações);

7. Alertar os serviços de saúde e sociais para a resolução de problemas do seu âmbito de actuação, como sejam: a aquisição de habitação própria, ajudas técnicas, marcação de consultas, aquisição de material pedagógico, etc...

8. Dar conhecimento do trabalho realizado na Intervenção Precoce, sendo esta informação debatida nas reuniões mensais do Centro de Saúde e dos Núcleos de Educação Especial das respectivas Escolas Básicas Integradas.

Suporte Legislativo: Decreto-Lei n.º 281/2009 de 6 de Outubro

Espero que com este pequeno apontamento possa sensibilizar toda a comunidade educativa para este projecto (partilhando e colaborando) que é muito importante para nós profissionais mas mais ainda para as crianças e suas famílias.

Isabel Saraiva