domingo, 7 de março de 2010

Legislação para casos de bullying existe faz falta é prevenir

Uma escola mais atenta e a criação de estruturas mediativas capazes de apresentar respostas às vítimas, é a solução compartilhada por políticos e especialistas na protecção de menores para casos de bullying. Legislação já existe, garantem. O que é preciso é agir.
O caso de bullying, com desfecho trágico, ocorrido em Mirandela, leva Manuel Coutinho, secretário-geral do Instituto de Apoio à Criança (IAC) e coordenador da linha SOS Criança, a defender a criação de gabinetes de apoio ao aluno e à família nas escolas. Aliás, eles já existem em cerca de 30 agrupamentos de escolas em todo o país, promovidos, integrados e autonomizados pelo IAC, com o apoio do Programa para a Inclusão e Cidadania (PIEC). "Esses gabinetes têm contribuído para criar escolas mais serenas, com menos violência, com o apoio da comunidade. É importante que o Estado perceba a utilidade desses gabinetes, pois têm sido uma boa prática a nível da resposta preventiva contra o bullying e a violência na escola em geral", realçou.
Manuel Coutinho salientou, também, a importância de um olhar atento às crianças por parte dos adultos, sejam eles profissionais dos estabelecimentos de ensino, familiares ou conhecidos das crianças que são vítimas da perseguição, coacção e violência de outras. "Não podemos esperar que seja a criança a denunciar. Os casos devem ser denunciados pelos adultos que se apercebam de que a criança está aflita", referiu. No seu entender, a legislação para actuar nestes casos já existe. "Há que predominar o bom-senso, não podemos ter uma lei própria para o bullying. Basta apenas actuar mediante as leis que já existem", explicou. Manuel Coutinho recordou que, desde 1988, já chegaram à linha SOS Criança mais de 80 mil apelos.
A criação de estruturas próprias para esse fenómeno nas escolas é também defendida pelo deputado comunista Miguel Tiago. "O PCP já propôs a criação de gabinetes escolares para dar resposta a estes casos de violência, dotados de psicólogos, animadores sócio-culturais e alunos, para a dinamização de clubes, actividades de grupo e acompanhamento de casos de indisciplina e violência", referiu. No seu dizer, a criação de mais legislação ou mais repressão em nada adianta. "A escola não pode ser um depósito de crianças. Tem de oferecer boas condições físicas, maior número de auxiliares e menos alunos por turma", defendeu.
Joana Marques Vidal, procuradora-geral adjunta, também é de opinião que a legislação existente para responder aos casos de bullying é suficiente. "O que é necessário é uma atitude diferente por parte da escola e de toda a comunidade. É preciso estarmos todos alerta para denunciar os casos antes que situações graves aconteçam", salientou.
Também Paula Barros, do grupo parlamentar do PS, defendeu um papel mais pró-activo por parte da escola na prevenção.
Armando Leandro, presidente da Comissão Nacional das Crianças e Jovens em Perigo afirmou tratar-se de um problema de primeira linha da escola, cabendo-lhe fazer a prevenção.

Retirado de " INCLUSO", por Fátima Gonçalinho prof E.E.


terça-feira, 2 de março de 2010

AULAS EXTRA-MUROS

Visita de estudo a Guimarães - Património Cultural da Humanidade e Capital Europeia da Cultura – 2012.

No dia 19 de Fevereiro de 2010, os alunos da Educação Especial, integrados nas suas turmas, devidamente acompanhados pelos Docentes de Educação Especial – António Soares e Alexandra Pina e pela senhora Tarefeira Hostilina, fizeram uma visita de estudo ao Centro Histórico de Guimarães. Tratou-se de uma visita organizada e orientada pela Coordenadora do Departamente de Ciências Sociais e Humanas, Drª – Regina e que se mostrou do maior interesse, especialmente para a disciplina de História.


Chegados ao local, e após um ligeiro aconchego dos estômagos, fomos directos à célebre Praça da Oliveira onde os alunos devidamente orientados pelos seus professores e pelas técnicas dos Serviços Educativos do Museu, iniciaram um paddy-paper. Os cadernos fornecidos a todos os participantes, pelos Serviços Educativos do Museu, serviram de guia para o processo de pesquisa denominado “jogo de descoberta” que se seguiu. Com esta actividade, que se estendeu também à Praça de Santiago, os alunos puderam redescobrir e vivenciar aspectos importantes da nossa História.
Seguiu-se a visita ao Museu Alberto Sampaio, situado em pleno Centro Histórico de Guimarães, no local onde a condessa Mumadona, no século X, mandou construir um mosteiro.


Já no interior do Museu, pudemos apreciar valiosas colecções de arte antiga (ourivesaria, pintura, escultura, talha, têxteis, cerâmica, e azulejaria), a maior parte das quais são legados dos séculos XIV, XV, e XVI, e cuja peça de maior significado histórico nos foi referenciada como sendo o loudel do rei D. João I (séc. XIV). Peça que o referido rei envergou na Batalha de Aljubarrota (1385). A guia da visita, relevou ainda a importância do tríptico de prata dourada que o mesmo monarca ofereceu a Santa Maria de Guimarães.


Para além da história vivenciada pelos alunos (na foto a Ana Rita e o Ruben), ainda fomos agraciados com a apresentação de um teatro de fantoches que pretendeu representar a história do rei fundador de Portugal e do enredo das suas aventuras e desventuras. Escusado será dizer que os alunos demonstraram muito interesse e apreciaram esta forma de contar a História de Portugal

Numa visita de estudo inclusiva há sempre lugar para a solidariedade e entreajuda.


(Pedro Sousa a ser ajudado por um par/colega da turma).

Terminada a visita ao Museu, dirigimo-nos para o parque de merendas, junto ao Paço dos Duques de Bragança onde desfrutamos do recheado farnel.

Finalmente, é de realçar o trabalho desenvolvido pelas técnicas dos Serviços Educativos do Museu cujo apoio logístico e informativo muito contribuiu para o sucesso desta visita de estudo.

Os alunos da Educação Especial fizeram uma ficha exploratória relativa à viagem a efectuar e outra ficha reflexiva, no primeiro dia de aulas, a seguir à visita.

Todos se mostraram participativos, entusiasmados, felizes e dispostos a participar noutras visitas de estudo.

A. Soares