quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

olá ! Encontrei este artigo "O QUE NOS PEDIRIA UM AUTISTA" Para lermos e reflectirmos .

Como compreender o comportamento da criança autista?

Leia abaixo o artigo de Angel Rivière

Artigo - O que nos pediria um autista

1- Ajuda-me a compreender. Organize meu mundo e facilita-me ou antecipa o que vai acontecer. Dá-me ordem, estrutura, e não caos.

2- Não te angusties comigo, porque me angustio. Respeita meu ritmo. Sempre poderás relacionar-te comigo se compreenderes minhas necessidades e meu modo especial de entender a realidade. Não se deprima, o normal é que avance e me desenvolva cada vez mais.

3- Não me fale demais, nem demasiado depressa. As palavras são “ar” que não pesa para ti, mas podem ser uma carga muito pesada para mim. Muitas vezes não são a melhor maneira de relacionar-se comigo.

4- Como outros filhos, como outros adultos, necessito compartilhar o prazer e gosto de fazer as coisas bem, mesmo que nem sempre consiga. Faz-me saber, de algum modo, quando consigo fazer as coisas bem e ajuda-me a fazê-las sem erros. Quando faço muitos erros, pode ser que me irrite, e acabe por me negar a fazer as coisas.

5- Necessito de mais ordem do que você necessita, mais previsibilidade do que você requer. Teremos que negociar alguns rituais para conviver.

6- É difícil compreender o sentido de muitas das coisas que me pedem para fazer. Ajuda-me a entendê-las. Peça-me coisas que podem ter um sentido concreto e decifre-as para mim. Não permitas que me acomode nem permaneça inativo.

7- Não me invadas excessivamente. Às vezes, as pessoas são muito imprevisíveis, demasiadamente ruidosas, demasiadamente estimulantes. Respeita as distancias de que necessito, porém nunca me deixe só.

8- O que faço não é contra você. Quando tenho uma zanga ou me golpeio, quando destruo algo ou me movimento em excesso, quando me é difícil atender ou fazer o que me pedes, não estou querendo te prejudicar. Não me atribua más intenções!

9- Meu desenvolvimento não é absurdo, embora não seja fácil de entender. Ele tem sua própria lógica e muitas das condutas que chamam de “alteradas” são formas de enfrentar o mundo na minha especial forma de ser e perceber. Faça um esforço para me compreender.

10- Para mim, as outras pessoas são demasiadamente complicadas. Meu mundo não é complexo e fechado. É simples. Embora te pareça estranho o que te digo, meu mundo é tão aberto, tão sem dissimulações e sem mentiras, tão ingenuamente expostas aos demais, que é difícil penetrarmos nele. Não vivo em uma “fortaleza vazia”, nem em uma planície tão aberta que possa parecer inacessível. Tenho muito menos complicações do que as pessoas consideradas normais.

11- Não me peças sempre as mesmas coisas nem me exijas as mesmas rotinas. Não tens que te fazer autista para me ajudar. O autista sou eu, não você!

12- Não sou só autista. Também sou uma criança, um adolescente, ou um adulto. Compartilho muitas coisas das crianças, adolescentes ou adultos ditos “normais”. Gosto de jogar e de me divertir. Quero os meus pais e as pessoas que me cercam e me sinto satisfeito quando faço as coisas bem. É aquilo que compartilhamos que nos une.

13- Vale a pena viver comigo. Poço dar-lhe tantas satisfações quanto outras pessoas, embora não sejam as mesmas. Pode chegar um momento em sua vida em que eu, que sou autista, seja sua maior e melhor companhia.

14- Não me agridas quimicamente. Se te dizem que tenho que tomar um medicamento, providencie que seja revisado periodicamente por um especialista.

15- Nem meus pais nem eu temos a culpa do que se passa. Tão pouco a têm os profissionais que me ajudam. Não serve de nada que os culpe. Às vezes, minhas reações e condutas podem ser difíceis de compreender ou afrontar, porém não é culpa de ninguém. A idéia de “culpa” não produz mais que sofrimento em relação ao meu problema.
16- Não me peças constantemente coisas acima do que sou capaz de fazer. Porém peça-me o que posso fazer. Dá-me ajuda para ser mais autônomo, para compreender melhor, porém não me dê ajuda demais.

Artigo colocado por Fátima Gonçalinho Prof da E.E.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Ainda no âmbito do dia internacioal das pessoas com deficiência aqui fica mais um registo.

Uma das actividades concebidas para esta ocasião foi o testemunho da sua experiência como invisual, dado pela D. Aida, perante uma audiência de alunos do 4.º ano de escolaridade e professores.
Venho hoje publicar o registo de alguns alunos que participaram nessa actividade.




Colocado por Fátima Gonçalinho , Prof. EE

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

DIA INTERNACIONAL DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA - 3 DE DEZEMBRO

quinta-feira, 3 de Dezembro de 2009

3 de Dezembro - Dia Internacional da Pessoa com Deficiência

" Somos todos universalmente IGUAIS como seres humanos, mas particularmente DIFERENTES."



No Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, a Biblioteca Escolar de Lamego n.º 1 acolheu a iniciativa do Grupo da Educação Especial do Agrupamento de Escolas de Lamego para celebrar esta data.

Do programa concebido para esta ocasião ressalta o testemunho da sua experiência como invisual, dado pela D. Aida, perante uma audiência de alunos do 4.º ano de escolaridade e professores.

O Dia Internacional da Pessoa com Deficiência foi instituído pela ONU em 1998 com o objectivo de promover uma maior compreensão pelos assuntos relacionados com as pessoas portadoras de deficiência, bem como, mobilizar a defesa da dignidade, dos direitos e o bem estar das pessoas em geral.

Noticia retirada do Blog da Biblioteca da EB 1 de Lamego nº1

domingo, 6 de dezembro de 2009

COLEGAS, ENCONTREI ESTE ARTIGO SOBRE DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM. AUTORIA DE LUÍS MIRANDA CORREIA. A NOSSA MINISTRA DEVERIA LER E NÓS TAMBÉM.

O que são Dificuldades de Aprendizagem Específicas? factos e estatísticas

De acordo com vários especialistas, o termo dificuldades de aprendizagem (learning disabilities) serve para descrever uma desordem de origem neurobiológica que tem como fundamento uma estrutura ou um funcionamento cerebral diferentes. Esta desordem afecta a forma como a criança processa a informação, resultando em problemas quanto à sua capacidade de falar, escutar, ler, escrever, raciocinar, organizar e rechamar informação ou de fazer cálculos matemáticos. Esta multiplicidade de problemas não significa que uma criança os apresente todos. Assim sendo, cada caso é um caso com características específicas (por exemplo, problemas graves na área da leitura, ou na da leitura e escrita, ou na da matemática, ou em aptidões sociais), o que faz com que, muitas vezes, usemos o termo dificuldades de aprendizagem específicas .
As dificuldades de aprendizagem são uma desordem de carácter permanente, vitalícia portanto, que, segundo o "National Institutes of Health" americano, afecta cerca de 15% das crianças e adolescentes americanos em idade escolar. Na sua forma mais severa (cerca de 5% da população estudantil), quanto mais cedo se efectuar a identificação e a avaliação destes alunos (nestes casos, a avaliação deve ser muito mais completa, compreensiva, dado que há a necessidade de se elaborarem programações educativas individualizadas/PEI), maior oportunidade terão de se tornarem adultos bem-sucedidos e produtivos, uma vez que eles possuem um quociente de inteligência na média ou acima da média.
No nosso país, os alunos com dificuldades de aprendizagem têm sido negligenciados pelo sistema educativo (incluo neste sistema os pais), continuando a não terem direito a qualquer tipo de serviço que se enquadre no âmbito da educação especial (serviços e apoios especializados). Assim sendo, uma grande percentagem destes alunos começabem cedo a sentir o peso dessa negligência, traduzida num insucesso escolar marcante, que leva, na maioria dos casos, ao abandono escolar.
Mas, porque será que os problemas destes alunos são tão incompreendidos? De acordo com Jane Browning, directora executiva da Associação Americana de Dificuldades de Aprendizagem, "As crianças e os adultos com dificuldades de aprendizagem lutam pela aceitação e compreensão da sua problemática devido à falta de visibilidade da sua discapacidade". E continua, "Todos compreendemos que alguém numa cadeira de rodas possa necessitar de medidas especiais (uma rampa, por exemplo), mas geralmente não imaginamos que a "rampa" que um indivíduo com dificuldades de aprendizagem possa necessitar terá a ver com ajustamentos e/ou adaptações curriculares, como, por exemplo, mais tempo para processar a informação, ou equipamento electrónico (exemplo, um gravador de som) para tirar apontamentos. As dificuldades de aprendizagem podem ser invisíveis, mas são reais."
No entanto, a situação do outro lado do Atlântico parece bem mais promissora. De acordo com um inquérito efectuado, em 2004, pela "Coordinating Campaign for Learning Disabilities" , uma coligação que envolve as sete organizações mais influentes do país no que toca às dificuldades de aprendizagem, a maioria dos americanos (91%) acreditam que "as crianças com dificuldades de aprendizagem processam a informação de uma forma diferente" , identificando correctamente um conjunto de indicadores de dificuldades de aprendizagem que elas geralmente apresentam:
- inversão de letras e/ou números (79% concordam)
- problemas de leitura (72% concordam)
- problemas na organização de informação (67% concordam)
- problemas de escrita (65% concordam)
- e quociente de inteligência na média ou acima, mas dificuldade em aprender (56% concordam).
Contudo, de acordo com o mesmo inquérito, infelizmente os americanos desconhecem que esta problemática é vitalícia, embora acreditem que uma grande percentagem de crianças com dificuldades de aprendizagem podem compensar a sua discapacidade se lhe forem dispensados os apoios adequados. O facto de não perceberem que a problemática é vitalícia faz com que muitos pais "adoptem uma atitude de 'esperar para ver'", especialmente quando se trata de crianças com 3 e 4 anos, ignorando comportamentos que podem ser indicadores de dificuldades de aprendizagem como, por exemplo:
- problemas em contrair amizades ou em dar-se bem com os seus pares (só 33% dos pais consideram estes problemas sérios);
- problemas em seguir instruções simples ou rotinas (só 27% consideram estes problemas sérios);
- muita agitação e/ou problemas de atenção (só 25% dos pais consideram estes problemas sérios);
- problemas com números, alfabeto e dias da semana (só 20% dos dos pais consideram estes problemas sérios);
- e problemas com rimas (só 16% dos pais consideram estes problemas sérios).
Perante estes factos, Marshall Raskind, director de projectos especiais e de Investigação da Fundação Schwab Learning , afirma que "é importante que os pais percebam que ascrianças com dificuldades de aprendizagem crescem para se tornarem adultos com dificuldades de aprendizagem" e que "as dificuldades de aprendizagem não desaparecem como que por encanto - elas são uma condição vitalícia."
No entanto, quando se trata de crianças com idades compreendidas entre os 5 e os 8 anos, os pais conseguem identificar indicadores de dificuldades de aprendizagem:
- problemas em segurar um lápis/caneta (67% dos pais considera estes problemas sérios)
cometer constantemente erros na leitura/soletração (60% dos pais considera estes problemas sérios)
- problemas na combinação de letras e sons (58% dos pais considera estes problemas sérios)
- e, problemas na aquisição de novas competências, apoiando-se, em seu lugar, na memorização (52% dos pais considera estes problemas sérios)
São estes e muitos outros problemas que tornam esta problemática numa condição séria que, se não for devidamente compreendida, pode fazer, e na maioria dos casos faz, com que os alunos que a apresentam se sintam ansiosos e frustrados, não vislumbrando qualquer saída que não seja o abandono escolar. Nas palavras de Sheldon Horowitz, do National Center for Learning Disabilities, "um dos grandes desafios que enfrentamos é o de saber como assegurar sucesso escolar aos alunos com dificuldades de aprendizagem", adiantando, no entanto, que "a chave do sucesso estará na elaboração de programações educativas individualizadas que considerem ajustamentos e adaptações curriculares consentâneas com as suas necessidades."
As estatísticas e os factos aqui apresentados, embora infelizmente não reflictam o que se passa no nosso país, são mais uma evidência daquilo que há muito venho a dizer: as dificuldades de aprendizagem inserem-se no quadro das necessidades educativas especiais permanentes e, como tal, os alunos que as apresentam têm direito a uma igualdade de oportunidades traduzida numa educação apropriada que tenha em conta as suas características e necessidades. O mesmo é dizer que, no caso dos alunos com dificuldades de aprendizagem severas, haverá sempre a necessidade de se recorrer aos serviços e apoios de educação especial para que, conjuntamente com os seus professores e com os seus pais, possam elaborar programações educativas que conduzam ao sucesso.
Termino recorrendo à analogia feita por Jane Browning, dizendo apenas que tal como uma criança numa cadeira de rodas necessita de uma rampa para contornar escadas, também uma criança com dificuldades de aprendizagem necessita de meios específicos que a ajudem a contornar os problemas, tantas vezes graves, que encontra no processamento de informação, na memória, na leitura, na escrita, no cálculo ou na socialização.
Texto de Luís Miranda Correia

COLOCADO POR FÁTIMA GONÇALINHO, PRO DA EE.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

A IGUALDADE NA DIFERENÇA



Somos todos universalmente IGUAIS como seres humanos, mas particularmente DIFERENTES!


O termo deficiência é usado para definir ausência, ou a disfunção de uma estrutura psíquica, fisiológica ou anatómica. A pessoa com deficiência geralmente precisa de um atendimento especializado para desenvolver as suas potencialidades e aprender a lidar com a sua deficiência. A Educação Especial tem sido uma das áreas que tem desenvolvido estudos científicos para melhor atender estas pessoas, no entanto, a educação regular passou a ocupar-se também do atendimento de pessoas com NEE (necessidades educativas especiais), o que inclui pessoas com deficiência além das necessidades comportamentais, emocionais ou sociais.
A inclusão de alunos com NEE no sistema de ensino constitui uma inovação educativa que actualmente é aceite de forma consensual. No entanto, a implementação prática dos princípios preconizados para uma escola inclusiva constitui ainda um processo difícil e lento, uma vez que os estabelecimentos de ensino e os agentes educativos não estão suficientemente preparados para as exigências que uma escola inclusiva supõe.
O processo inclusivo exige que se desenvolva uma cultura e uma dinâmica organizacionais baseadas na colaboração entre profissionais e entre estes e outros agentes educativos, designadamente os pais. Exige ainda mudanças significativas de atitudes, capacidades e conhecimentos, no sentido de se desenvolverem práticas que respeitem, reconheçam e valorizem as diferenças individuais.
Sabemos que a escola não se torna inclusiva da noite para o dia, já que tal desiderato requer mudanças de conceitos e atitudes. Mais, exige coragem para acreditar, para ousar no desconhecido, para cooperar, para cumprir a parte que nos cabe na luta por uma sociedade mais justa.
O espaço escolar é um espaço privilegiado pela interacção entre alunos, proporciona a oportunidade de estar interagindo, convivendo nesse espaço social, diverso, rico e estimulante. será o mínimo que se pode alcançar, sem contar com a realização profissional que será saber que contribuímos para o desenvolvimento de uma pedagogia que visa a interacção do aluno com NEE com o meio social.
É necessário acreditar que a inclusão é possível, acreditar que o aluno tem potencial para ser desenvolvido, desde que seja respeitada a diversidade e a individualidade de cada um.

Os docentes da educação especial