quarta-feira, 23 de março de 2011

DIVERSIFICAÇÃO DA OFERTA CURRICULAR

Factores como o desemprego, os baixos salários, a pobreza e as disfuncionalidades familiares, têm vindo a contribuir para que cada vez mais crianças/jovens se apresentem nas escolas desmotivados, com insucesso escolar repetido e em risco de exclusão. Neste contexto, à instituição escolar enquanto espaço plural, cabe, dentro da autonomia que os normativos lhe conferem, encontrar respostas adequadas para estas crianças/jovens.
Os percursos curriculares alternativos (PCA), criados pelo Despacho Normativo n.º 1 de 2006, podem dar um contributo para a referida diversificação.
Trata-se de percursos que se destinam a alunos do 1.º, 2.º ou 3.º ciclos do ensino básico, menores de 15 anos, com insucesso escolar repetido, problemas de integração na comunidade escolar, risco exclusão e de abandono escolar, forte desmotivação, elevado índice de abstenção e baixa auto-estima. “Centram-se na aquisição de competências essenciais, nomeadamente em Língua Portuguesa e Matemática, e de uma formação artistica e profissionalizante”.
Numa altura em que tanto se fala de turmas demasiado grandes, é bom saber que o número mínimo para a constituição de uma turma de PCA é de dez alunos.
Na elaboração do projecto de turma de PCA há dois aspectos importantes: (1) o diagnóstico: (i) saber que alunos preenchem os requisitos; (ii) saber qual o denominador comum dos interesses desses jovens – formação artistica, vocacional, pré-profissional ou profissional; (2) aproveitar ou criar as condições para desenvolver a referida formação.
Os PCA permitem a permeabilidade entre percursos e a consequente transição para outras modalidades de formação.
No 3.º ciclo, os alunos de PCA são dispensados da realização de exames nacionais à excepção dos que pretendam prosseguir estudos de nível secundário em cursos cintentífico-humanísticos, todavia, podem prosseguir estudos em cursos do nível secundário de educação.
As propostas de constituição de turmas de PCA, devem ser enviadas, pelas entidades promotoras, às Direcções Regionais, até ao final do mês de Maio.

António Soares

VISITA DE ESTUDO À CIDADE DO PORTO

No dia 11 de Março de 2011, os alunos da Educação Especial, integrados nas suas turmas, devidamente acompanhados pelos Docentes de Educação Especial – António Soares e Sónia Pereira e pelas técnicas operacionais Paula e Beatriz, participaram numa visita de estudo à cidade do Porto.

Com esta visita perseguiram-se os seguintes objectivos: (i) promover a socialização – saber ser, saber estar, conviver; (ii) desenvolver a curiosidade; (iii) desenvolver a noção de espaço-tempo.
Saímos de Lamego por volta das 8:30 horas e chegamos ao Porto por volta das 10:30 horas. Tomamos o pequeno almoço e iniciamos a visita pela igreja de S. Francisco, uma belíssima obra – Monumento Nacional – que, como o guia não se cansou de referir, se destaca pela sua história atribulada e por estilos arquitectónicos que vão do gótico exterior à riqueza barroca dos seus altares interiores.

Seguimos para um anexo da Igreja de S. Francisco, o impressionante cemitério subterrâneo, designado de catacumbas. Trata-se de uma obra inspirada nas catacumbas romanas cuja construção se iniciou no final da 1.a metade do século XVIII, altura em que ainda não eram conhecidos os cemitérios públicos. Seguiu-se o almoço no Parque da Cidade.

E, de seguida, a visita ao Palácio da Bolsa, ora Sede da Associação Comercial do Porto. Trata-se de um Palácio estruturado em vários espaços: Pátio das Nações, Tribunal do Comércio, Sala do Presidente e Salão Árabe, todos de grande valor histórico-cultural. Todavia, por ser amplo e esplendorosamente revestido a ouro, é o Salão Árabe que se constitui como verdadeiro ex-libris deste Palácio.

Terminada a visita, e depois de um passeio pela Ribeira do Porto – Património da Humanidade – e de refazer os estômagos com o que restou do almoço, partimos para Lamego, onde chegamos por volta das 19:00 horas.



A inclusão é, como nesta visita de estudo, a partilha total do tempo e do espaço numa perspectiva socializadora e adequada às capacidades de cada aluno. A cada um segundo as suas capacidades e necessidades.
Para quem considera despicienda e sem importância a inclusão dos alunos NEE nestas viagens, nada melhor que auscultá-los após a visita.
Finalmente importa destacar dois aspectos: um mau, outro bom.
O mau, refere-se ao facto de estes monumentos estarem pejados de barreiras arquitectónicas impeditivas da inclusão.



Será que, num país onde se assinam todas as convenções internacionais sobre inclusão, ninguém se lembra que há cidadãos com handicap fisico-motor? Será que, neste país, se considera que os referidas cidadãos não precisam de aceder aos mesmos espaços histórico-culturais que os restantes?
O bom, refere-se refere-se à deferência com que fomos recebidos, às explicações dados acerca da história dos monumentos visitados bem como à ajuda física prestada por estes guias para vencer as muitas barreiras arquitectónicas dos monumentos visitados.
Os alunos da Educação Especial fizeram uma ficha exploratória relativa à viagem a efectuar e outra ficha reflexiva, no primeiro dia de aulas, a seguir à visita.
Todos se mostraram entusiasmados, felizes e dispostos a participar noutras viagens de estudo.